terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A mim e mais ninguem.

Quando esse desejo incontrolável vai me dar uma trégua? Uma trégua ao meu coração. Não resisto, quando o vejo algo toma conta de mim, e nas condições que estávamos não podia deixar escapar. Sem graça alguma, mas é puro tesão, estranho isso, estranho como me comporto ao vê-lo, estranho como meus sentidos se aguçam ao sentir a presença dele. O desejo que ele me toque e me de prazer é tão grande que eu só falto gritar, mas me controlo.
Fico lembrando e me dá arrepios, por mim repetiria a dose milhões de vezes, aprendi a ter ele na minha mão, na realidade sempre o tive só não sabia disso. Não me arrependo do que fiz e do que ainda farei, vou mostrar para ele o que deixou para trás, o que esnobou e pisou em cima. Sou muito pior do que as pessoas ao meu redor imaginam.
Experiências, todos nós adquirimos, mas escolhemos se vão ser as mais loucas possíveis ou as mais normais possíveis – acho que nomearei assim. Optei pelo meio a meio, nada de muita loucura e nem seriedade demais, na medida. Isso nos ajuda muito a descobrir sobre nós mesmo, sobre o que somos, queremos e, principalmente, se temos ou não coragem pra enfrentar certas coisas. O mais dolorido é bater de frente com a realidade, com o verdadeiro eu, com a pessoa que mais renegamos e repuguinamos, nós mesmos.
Certas coisas servem para nos abrir os olhos, para percebermos o valor das coisas e o nosso valor. Sim, me aceito como sou e quem sabe amanha eu mude de novo, nunca se sabe.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Uma questão de sobrevivência.



Acordar, olhar para o relógio e pensar: "Cacete, ainda estou vivo e preciso trabalhar até as 18 e ainda voltar para casa e agüentar essa nojenta que dorme comigo e os piolhentos dos meus filhos gritando como loucos dentro dessa casa". Essa é a rotina do seu vizinho sorridente, que aparenta ser a pessoa mais feliz do mundo e sem problemas, pois sempre está com aquele sorriso aberto saindo de casa às 6 da manhã e voltando às 20 horas, por causa do transito caótico da cidade, com a mesma expressão, você o vê fica impressionado. Mal sabe você que tudo aquilo é apenas uma mascára, pura enganação, ele aprendeu a fingir para sobreviver.

Idéias loucas tomam conta da cabeça do seu vizinho, você acredita que ele já pensou até em matar a mulher e os filhos, corta-los em picadinhos, dar para o cachorro da família comer e depois ir na delegacia dar queixa do desaparecimento fazendo de conta que está desesperado. Ultimamente ele tem pensado em se matar, mas falta coragem para isso, não é medo de deixar a família sozinha, porque tudo isso é só status, ele tem medo da dor física. Ele não sabe porque continua naquela casa, seguindo sua rotina chata e sem sentido.

Engraçado que mesmo cansado de tudo isso ele nunca conseguiu dar um basta, ele é fraco e infeliz, no caminho para o trabalho vai conversando com ele mesmo, tentando, ao menos, se entender ou achar uma solução para sair dessa barra, mas nunca achou uma solução digna. Ele prefere fingir que está bem ao invés de tentar melhorar, de dar um passo a frente, coisa que ele não faz há 15 anos depois que sua cachorra Feliciana morreu, daquele dia em diante ele nunca mais foi o mesmo.

Feliciana foi o único ser na face da Terra que ele amou de verdade, depois da morte dela ele se casou com uma linda mulher, teve filhos maravilhoso (3 ao todo, 2 meninas e 1 menino), até que conseguiu ir em frente, mas nada e nem ninguém conseguiu preencher esse vazio dentro dele. Ele até que estava bem há 6 meses atrás, mas com a vinda do Gregório (o cachorro da família, presente de aniversário que o filho dele ganhou do avô materno), ele voltou a pensar em Feliciana e a repuguinar Gregório, um lindo e amável cachorro.

E você ai reclamando da vida, melhor ter dividas no banco, trabalhar que nem condenado e ganhar pouco, mas sempre estar feliz, com a família num domingo a tarde, assando aquela asinha de frango, assistindo o Timão ganhar na globo e tudo mais. Agradeça, pois perder alguém que você realmente ama é muito doloroso e nunca substituível. Você continuara vivendo mas sempre com um vazio dentro de você e com uma mascára na face. E a última coisa importante, seu vizinho apesar de ser fraco e infeliz, nunca desistiu de encontrar de novo a felicidade, pra ele pode ser algo quase impossível, mas ele tem vontade de amar de novo, ele tem necessidade, uma questão de sobrevivência.