quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Oito ou oitenta

Com a chegada da escuridão minha alma grita e meu único desejo nesse momento de desespero é sumir, é me isolar, é repousar, porque só assim vou me sentir melhor, não bem. Aquela madrugada foi a gota d'água. Meus pensamentos não me deixavam em paz, minha cabeça girava e o passado me atormentava. Não o passado atual e sim aquele lá de trás, aquele que realmente mudou minha vida.
Minha vida mudou completamente por conta de algo inesperado e hoje me vejo na mesma situação, só que dessa vez eu sou o personagem principal. Fico me remoendo, me culpando por tudo isso, dói muito, quero respouso, quero paz, quero algo/alguém que me distraía e eu não encontro isso.
Sim é minha culpa, por eu intensificar cada palavra, cada gesto, cada emoção, cada crítica. Ao mesmo tempo que é ruim, é ótimo.
Sumir, era tudo o que eu precisava. Não queria que as pessoas se preocupassem, isso é só uma fase, é só um tempo que eu tenho que ter para montar esse quebra cabeça, para que eu possa voltar. Porque é difícil, de uma hora para outra, você voltar a reviver o seu passado que você não gosta de lembrar, sendo o personagem principal. É, descobri meu ponto fraco, realmente cheguei no meu limite.
São dois meus pontos fracos, emoções e passado e meu limite é esse, perceba. Como sempre foi e sempre será, comigo é oito ou oitenta.

domingo, 26 de setembro de 2010

Querer nem sempre é poder.



Geralmente as lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas hoje é meu coração quem chora. Faz uma semana que estou vestida com uma mascara de ferro, faz uma semana que eu estou tentando montar esse quebra cabeça.

Algo muito forte me machucou e profundamente, sei o que foi e quem fez isso, mas tenho raiva de mim que sabia que eu seria apunhalada, mas continuei porque achei que não seria bem assim. Fui tola, porque quando a esmola é demais o santo desconfia, certo? Mas não desconfiei, deixei que acontecesse, mesmo sabendo o final, isso que me revolta.

Talvez toda aquela magia envolvida, todos os acasos, foram apenas acasos que não levaram a nada, ou melhor, me levaram para um abismo mais profundo do que já estava, mas eu não estou lá por ninguém, estou por mim, dessa vez é diferente.

Finalmente havia conseguido me curar e sair de onde estava, dei um passo, tropecei e cai em outro pior, a queda foi de uma vez, se eu soubesse teria ficado onde estava, teria aceito aquele acordo e hoje não estaria passando por isso.
O mais estranho é que não quero voltar, quero superar, mas o processo deve ser igual, só que mais rápido como a queda. Eu jurei a mim mesma que nunca mais choraria por algo assim, mas quem chora é minha alma que se iludiu sozinha, que acho que seria a chance dela, que ouviu depois de muito tempo o sininho tocando.

Enfim, essa noite minha mascara não está na minha face e meu coração está gritando, espantando meu sono ou fazendo com que eu tenha pesadelos horríveis. Não é paixão, não é amor, é desespero, decepção, angustia. Certas coisas ficaram e muitas ainda me machucam, por exemplo, fingir que nada aconteceu, isso está me tirando do sério, não adianta, nunca mais será a mesma coisa, nunca mais. Querer nem sempre é poder.

A única coisa que preciso agora é de uma conversa franca, como naquela noite...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Nada é por acaso. Obrigada.

Sabe nos contos de fada quando o sapo é beijado pela Princesa e se transforma em um lindo Príncipe, pois bem, essa história é o contrário. O Príncipe que virou Sapo.

Talvez se não tivesse sido daquela forma tudo estaria do mesmo jeito. Ele não agiu de forma desonesta, ele só não pensou como ela iria se sentir se presenciasse aquela cena. Ela tinha plena consciência do que estava por vir, só não pensou que fosse ser tão rápido e de uma forma tão decepcionante.

Tudo parecia ir para o caminho certo, nenhuma certeza foi dada, mas palavras sinceras foram ditas, de ambas as partes. A esperança acabou florescendo no coração dela, que até pouco tempo era um coração preso, enjaulado, mas no dia que ele foi liberto algo estranho e sem a menor explicação aconteceu, talvez foi isso que fez essa esperança florescer. Sem contar com a beleza estonteante daquele Princípe, aqueles olhos claros, aquele rosto masculino, aquele sorriso sem igual, a inteligencia, o humor, as conversas que tinham antes do coração dela se libertar e, o principal, o caráter.
Como nem tudo é perfeito, sempre há uma maçã podre no pé. Ele sabia que não teria forças para viver com aquela Princesa, e ela também sabia disso, mas resolveu continuar e continuou. Parecia que quando estavam juntos o tempo voava, as mentes se abriam e se juntavam, eram duas pessoas em uma energia só. Ela se entregou de corpo e alma, estendeu as mão, procurou entende-lo, isso era recíproco.

A intuição dela dizia que a hora estava chegando, mas ela preferiu não acreditar. Até mesmo ele a avisou. E tudo aconteceu da forma que começou, o acaso fez com que ela visse toda aquela beleza, todo aquele encanto se transformar em decepção. Ela sabia que aconteceria uma hora, mas ela não pensou que fosse presenciar e nem que fosse ser tão rápido assim. A unica reação foi passar e não olhar para trás, ela já entendeu, não havia o que falar, nem o que fazer, simplesmente olhar, lamentar e continuar.

Algo sem necessidade, ele tinha o que precisar em suas mãos e deixou escapar. Ela ficou arrasada, mas passou. Ela o vê hoje como um plebeu qualquer, um sapinho fofinho num brejo, todo aquele encanto, toda aquela beleza, toda aquela energia teve um fim na hora em que ela percebeu que tudo aquilo havia acontecido.

Então pense mil vezes nas palavras que você vai dizer para alguem, examine suas atitudes em certas situações , saiba o que quer e se entenda antes de qualquer coisa. Porque hoje você pode ser um Príncipe e amanhã ser um Sapo. Mas nada é por acaso, tudo isso tem um porque, eu acredito. Obrigada.