quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A DESCONHECIDA QUE CONHEÇO

Um mês, apenas um mês para que tudo mudasse de lugar. Consegui entender o porquê de tantas brigas, de tanto stress e irritação por parte da minha mãe quando eu tocava no assunto.

Eu era muito nova, não que agora eu tenha 95 anos, mas hoje entendo melhor as coisas. Entendo que nosso lar é um só, não há lugar melhor no mundo do que a nossa casa e não há companhia melhor do que nossa família e amigos próximos.

Foi uma experiência única, que já está acabando – e torcia para acabar logo – e estou me sentindo muito aliviada com o fim dela. Eu mudei a minha rotina completamente e doeu bastante. Logo eu que sempre fui contra rotina, quero voltar logo pra minha vidinha.

Era um sonho de uma menina que viu sua vida mudar de uma hora pra outra e pensava que se voltasse conseguia recuperar tudo o que havia perdido, mas era apenas um sonho que eu achava que poderia se tornar realidade. Mas “morando” aqui um mês percebi que nunca mais vou recuperar o que perdi, porque não perdi nada, apenas mudei. E hoje aqui não é mais o meu lugar. São Paulo para mim, de um mês pra cá, se tornou o local onde passo férias, onde eu não aguentaria voltar a viver.

É maravilhosa, é cheia de gente, nasci na terra da garoa, fui criada nessa terra, fui embora... Mas não pretendo voltar. Foi assim, com um tapa na cara que percebi que não existe lugar melhor no mundo do que a nossa casa e estar do lado da nossa família.

Que essa grande metrópole cheia de gente e de arranha-céus me desculpe, mas você não foi feita pra mim como eu pensava, tornou-se uma desconhecida e muito desagradável pra mim.